23.12.06

2007

Companheir@s,


Um super 2007 com gosto de goiaba no pé, manga com fiapo, jabuticabas em ponto de vespa, beijo na boca, macarronada de domingo, comida de vó, comida de mãe e pai, polenta de colher, limão com sal, banho de chuva, estrelinhas de carambola, colo de amig@, arroz com feijão, farinha e ovo mole, novos amores, amores antigos, amores revisitados, pimentão pelado, chocolate quente na cama, pipoca compartilhada, cores, flores, gargalhadas, palavras do Mané, música do Chico, caju, melado, brigadeiro de colher, diversidade, amig@s em volta da mesa, banho de chuva, pé no chão, pé de moleque, suco de melancia, sopa no inverno, pão quentinho, manteiga derretida, dias de sol, cerveja gelada, boteco da esquina, empadinha com azeitona, dias preguiçosos, tempo pra tudo, tempo livre, vida a dois, vida coletiva, comida compartilhada, pimenta malagueta, rabada com agrião, moqueca de siri mole, cocada da bahia...


E pra completar, uma pitada de pó de pirlimpimpim pra te levar onde o coração pedir!!!

22.11.06

Cuiabá

Como ia dizendo na postagem sobre o Carijó, de Manaus, em uma das minhas idas a Cuiabá fui convidada a comer em um restaurante que até hoje me lembro com água na boca, a Peixaria Popular.

Servem uma espécie de rodízio dos peixes da região: pacú, pintado, tambaqui... de várias formas, assados, ensopados, fritos... a refeição completa traz também banana frita, pirão, farofa de banana, saladinha. Tudo no capricho, comida boa, portentosa.

O carro chefe da casa é a mujica de pintado (pintado cortado em cubos, feito com mandioca ao molho e acompanhado de arroz branco, banana frita, pirão e salada).

O preço é super camarara, o problema é que a gente sai de lá rolando, não dá prá segurar a gula, é "só mais um bocadinho" que não acaba mais...

De sobremesa peça Furrundú, doce típico da região a base de mamão verde raladinho, rapadura, gengibre e canela, DILÍCIA!!!!!!

Fica na Av. São Sebastião, 2324 – Goiabeiras
Telefone: (65) 3322-5471

Mais uma de Belém

Maria Helena Barata mandou mais esta super dica de Belém... um dos melhores Tacacás da cidade... aliás, prá quem nunca experimentou essa iguaria Paraense, aconselho a não perder tempo, sem nenhum exagero é uma das coisas mais saborosas que já comi... verdadeira mania entre os paraenses que sorvem o caldo toda tarde, quase que como os ingleses com o chá das 17:00 horas...

Segundo Mara Sales, chef do restaurante Tordesilhas aqui em São Paulo, é uma maneira de se refrescar, pois ao sorver o caldo quente o corpo fica mais quente que o ambiente e produz uma sensação de frescor. Ela completa dizendo que quando estava em Belém ficou quase viciada no tacacá da tarde...

Mas de que se trata? Bem, o tacacá é um caldo a base de tucupi (caldo da mandioca brava que é cozido para perder o veneno), onde se junta goma de mandioca, camarões secos, jambu (uma erva sensacional do Pará que amortece a lingua e dá um certo baratinho... ) e pimenta paraense, cheirosa que só ela... é servido em uma cuia linda onde o comensal bebe o líquido e pesca os camarões e o jambu com um palitinho. O resultado é marcante, perfumado, exótico, gosto de banho de rio, de calor, cheiro de mato...

A dica da Maria Helena:

O Pará é riquíssimo em termos de culinária. Os pratos típicos são o que há, mas para comê-los tem que sabê-los... rsss...

Quando vierem aqui, o rumo certo é o "Tacacá do Quincas". Tacacá de arrepiar em qualquer dia, mas melhor mesmo é no domingo de tarde, assim quase pela boca da noite, para espantar os últimos vestigios da ressaca.

O Tucupi é de primeirissima linha, camarões gigantescos. Pimenta? Mais ou menos goma? Tudo ao gosto do freguês. Queres saber o preço da cuia? só 5 pilas.

Lá servem também Vatapá e Caruru daqueles de se lambuzar, também só pagas 5 boró pelo prataço. Mas atenção minha gente, são preparados de modo diferente daqueles da Bahia.

Caro mesmo é a Maniçoba, que custa 8 mi réis. Tens que acabar de comer e sair correndo pra igreja pedir perdão pelo sacrossanto pecado da gula. Não sabem o que Maniçoba? Então, precisam vir a Belém e comer para crer. E olha que nem estou falando do bolo de Macacheira. Fica pra próxima!

Endereço: R. Conselheiro Furtado entre 14 de março e Generalíssimo Deodoro. Esse endereço nem todo mundo conhece, só os bem iniciados, assim como o endereço de outras Tacacazeiras da pesada.

Manaus

O Blog está ficando très chic, correpondentes de primeira, gente que realmente sabe o valor de uma comidinha honesta... Desta vez a dica é do João da Silva, vulgo Adolfo, de Brasília. E a dica... fiquei doida de vontade... me lembrou um lugar que fui em Cuiabá, mas isso é assunto para outra postagem...

Em Manaus, tem o peixe frito do Galo Carijó, um dos points pé-duro da cidade. Excelente (mesmo!) peixe, servido num bar de esquina, prédio velho, daqueles dos anos 40, 50. Apesar da impressão de ele ter sido lavado pela última vez na década de 50 tb, o lugar é asseado & o peixe, divino.

Tucunaré, tambaqui, pirarucu & outros peixes menos conhecidos, todos fritos inteiros. A exceção é o pirarucu, em postas (já que inteiro não caberia na mesa, rsrsrs!).

Vale a pena conferir, quem for a Manaus.

PS- aos que forem, por favor, encaminhem a esta que vos fala as impressões...

10.11.06

Diretamente de Belém

Companheiros bons de garfo, dica quentíssima diretamente de Belém, de nossa "correspondente" Maria Helena Barata, deu água na boca...

Quem passar por aqui não pode deixar de comer um caranguejo tirado na hora, bem temperado e com bastante azeite português. Acompanha uma farofinha esperta e arroz no tucupi e jambú. É de comer rezando. E o melhor, é baratinho, só 14 pilas.

Fica na Doca, do lado do Lider. Dizendo só isso toda criatura dessa cidade te levará lá.

Ah! Tem também um peixe semi-apimentado de lamber os beiços.

Não contentes, ainda fazem um rodizio de sushi na hora do happy hour. Deste não posso falar nada porque aí eu passo. Não é a minha praia.

O chopp, minha gente, custa só 1 mi réis e 50 centavos.

Descobri semana passada. E é até bonitinho o lugar.

6.11.06

Selenitadas

Companheira inseparável de Bromélia, Selenita dá seus pulinhos e também se arrisca na cozinha, a autêntica comida de elementais!
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Salada Leprechauniana da Floresta Encantada
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Sempre me encantei com os Leprechauns, povinho bacana, lá das bandas da Irlanda. Pois! Não é que insistem em existir, em que pese a devassa feita pela igreja no imaginário das pessoas de lá?
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Por aqui, de quando em vez, dão o ar da graça lá em casa. Eu mesma gosto muito de visitá-los na floresta em que vivem, o que faço graças a uma caixinha de pó de pirlimpimpim, que ganhei do ilustre Visconde de Sabugosa, quando tive o prazer de visitar o Sítio do Picapau Amarelo.
Pois bem, todas as pessoas sabem que Leprechauns são muito gulosos e, talvez daí, nossa grande afinidade...
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Assim, como forma de exaltar essa característica que nos une, decidi homenageá-los com uma receitinha de salada, inspirada na floresta em que vivem, após apreciar meu pirlimpimpim.
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Para isso misturei cogumelos - ou casinhas de Leprechauns - com frutinhas da floresta, furtei algumas nozes de esquilos e juntei com uma mistura de folhas que lembra bem as cores das matas...
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Abuse do pó de pirlimpim e faça você também uma deliciosa Salada de Leprechaun ou Salada da Floresta Encantada. É muito fácil:
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Pegar uma porção de folhas variadas, com a sensibilidade que o olhar e paladar exigem - alface verde e vermelha, rúcula, agrião, radiccio, endívias, escarola - sem esquecer que se deve levar em conta a conjugação de sabores das plantas e ervas - picantes, neutras e amargas, tudo em perfeita harmonia.
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Escutei alguém ai perguntando quanto é uma porção. Em geral meço uma porção de salada pelo prato de sobremesa, não muito cheio, não muito vazio! Medição leprechauniana, cheia de sutilezas e adivinhações.
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Junte, às folhas, três ou quatro cogumelos paris frescos e crus, fatiados em lâminas, duas colheres de nozes picadas e algumas framboesas frescas (não havendo framboesas troque por amoras, bluberry ou morangos ou por um mix de todas essas frutinhas, desde que vermelhas sejam).
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Para o molho - especialíssimo - junte uma colher de sopa de azeite extra virgem, duas colheres de sopa de vinagre de framboesas (encontrado em supermercados), uma colher de chá de geléia de framboesas ou uma colher de sobremesa de framboesas esmagadas, sal e pimenta a gosto... emulsione o molho e distribua sobre a salada...
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Os Leprechauns se regalaram com a homenagem e Visconde de Sabugosa, acho, teria orgulho de mim...

19.10.06

Gosto de infância

Quando era criança e morava em Goiás, uma das grandes aventuras era furtar milho de algum milharal na vizinhança e correr para o fogão à lenha da casa de alguma amiga. Enfiávamos o milho no meio das brasas e ficávamos esperando sentadas na ponta do fogão... saía aquela espiga dourada, fumegando, ainda com vestígios de cinza... iguaria divina...

Guardo este gosto até hoje. Quando trabalhava no centro da cidade muitas vezes descia até o Parque Dom Pedro para comprar umas espigas assadas e o almoço virava um banquete!

Um amigo grego me contou que são muito comuns na Grécia as banquinhas na rua vendendo milho assado, é o cachorro quente de lá. Uma outra amiga me trouxe do México a foto que ilustra esta postagem, reparem no tamanho das espigas... de dar água na boca...

Na falta do fogão a lenha, sempre aproveito churrascos para assar algumas espigas, não tem o mesmo gosto da infância, mas mata a vontade.

Na semana passada, por conta de um compromisso de trabalho fui parar em Santo Amaro, em pleno Largo Treze, e então descobri que milho assado é uma tradição local, uma série de ambulantes vendem a iguaria, aproveitei para me fartar!

Quem quiser conferir é só dar um pulo por lá no fim da tarde, aí é só escolher, tem milho assado para todos os gostos!

13.9.06

Super honestos

Três super dicas de comida pra lá de honesta:

1- Club da Cana
Rua Barão de Tatuí, 274 – Santa Cecília
www.clubdacana.com.br

O chamariz da casa são as cachaças, opções para todos os gostos. Vende a dose, garrafa e garrafinha com uma dose para coleção.

Comida brasileira da boa, porções generosas (dividimos uma feijoada individual super na boa), a cada dia um prato brasileiro diferente:

Segunda – tutu à mineira
Terça – cozido
Quarta e sábado– feijoada
Quinta – rabada
Sexta – moqueca

Preço fixo: R$ 17,90, exceção para a moqueca que custa R$ 19,90

2- Rota do Acarajé
Rua Martin Francisco, 529 – Santa Cecília
http://www.rotadoacaraje.com.br/

Uma comida baiana danada de boa. Cardápio extenso com todas as iguarias da terra de Caymi, quando fui fiz a festa. Experimentei o baião de dois (perfeito), a moqueca de camarão (camarão no ponto, nada borrachudo), a porção de mini acarajés (dá água na boca só de lembrar), o suco de cajá, bolo de macaxeira, pudim de coco, tapioca com doce de coco e sorvete... difícil falar o que foi melhor...

Tudo é feito na hora, enquanto espera (demora um bocadim) a gente toma uma cervejinha, fala da vida alheia, assunta o movimento... deixa a baianidade invadir a alma e colorir São Paulo!

Preço super camarada, honesto de verdade!

3- Casa Portuguesa
Rua Cunha Gago, 656 - Pinheiros

Para os amantes de bacalhau, um achado: pratos de bacalhau por R$ 12,70. A cada dia duas opções: caldeirada de bacalhau, gomes de sá, com natas, ao forno... No local funciona também um empório de produtos portugueses.

Bolinho de bacalhau de entrada, doces portugueses de saída, precisa mais?

20.8.06

Bolo da Bromélia

BOLO DE MEL ou...o bolo das xícaras

Receita achada no livro de Maria Elisa, minha mãe

Cinco ovos
3 xícaras de farinha
2 xícaras de açúcar
1 xícara de mel
1 xícara de leite
1 colher de chá de canela
1 pitada de sal
1 colher das de sopa de fermento em pó.

Bater tudo, colocar em forma untada. Eu uso, de um jogo de 3 formas para pão, retangulares, a grande e a média. Costumo colocar amêndoas fatiadas ou caju picado. É só! É um bolo que deve ficar um pouco úmido. Assim, se as laterais já estiverem cozidas – teste do palito – bolo estará pronto.

Minha mãe não fazia isso: eu corto o bolo no meio, pela horizontal, e coloco geléia de damasco.

Corra Lola, corra.

Fomos ao Lola Bistrô na Vila Madalena; há muito queríamos conhecer, é lindo, super de bom gosto sob o aspecto decoração... agora a comida, que é o que realmente importa... não têm nem de longe o mesmo cuidado que com o ambiente.

Era sábado, quando chegamos havia algumas mesas vazias (ou seja não estava lotado). Ao pedir pratos consultamos sobre a possibilidade de mudar o acompanhamento de um deles, o que foi aceito pela cozinha. A hostess informou que iria demorar um pouco.

Passou mais de uma hora, reclamamos. Mais uns 10 minutos e chegam os pratos. Para nossa surpresa a troca de acompanhamento que havíamos solicitado não foi feita. Volta pra cozinha apenas o prato errado, ou seja, comemos nossos pratos e quem pediu o trocado ficou esperando o seu. Terminamos nossos pratos e nada de chegar o outro prato...

Se tudo se resumisse a este problema, ok, pouca eficiência, mas erros acontecem. O grave foi que a comida deixou muito a desejar: o poivre estava apenas razoável, era acompanhado por um roësti enorme de mandioquinha salsa, o filé mesmo era minúsculo, um mini medalhão de, no máximo, 1/3 do roësti...

O ragu de coelho estava péssimo, seco, sem gosto, parecia peito de frango... e no fundo parecia haver um certo gosto de caldo knorr, inadmissível numa cozinha profissional.

O prato atrasado (um confit de pato com risoto) era o único que estava bom, mas chegou uns 20 minutos depois dos outros pratos, ou seja, quem o pediu comeu sozinho.

Prá completar a história, não precisamos falar nada sobre o preço, né?

Sinceramente, achamos o bistrozinho rodriguiano: bonitinho, mas...

18.8.06

Pequeno dicionário japa

Para não fazer feio no restaurante japa, segue um pequeno dicionário retirado do Guia dos Curiosos:

Cozinha japonesa

Gohan - arroz branco
Gyoza - trouxinha, recheado de carne e verdura
Hosomaki - enrolado de arroz envolvido por alga e recheado com diferentes tipos de ingredientes
Mirin - vinho de arroz doce
Misso Shiru -sopa à base de soja com queijo tofu, broto de feijão e cebolinha
Ohashi - palitinho usado como talher
Robata - espetinhos assados feitos com ingredientes diversos
Saquê - bebida alcoólica feita com arroz
Sashimi - peixe cru
Shabu-shabu - caldo com fatias de carne e vegetais
Shiitake - tipo de cogumelo grande
Shimeji - tipo de cogumelo menor
Shoyu - molho de soja
Sukiyaki - assado ou cozido com carnes e legumes
Sunomono - conservas com vinagre agridoce
Sushi - bolinho de arroz
Temaki - sushi enrolado em forma de cone
Tempurá - empanadas de legumes e frutos do mar
Teppan yaki - assado ou grelhado na chapa com ingredientes diversos
Teriyaki - carne ou peixe grelhado com molho agridoce
Tofu - queijo de soja
Udon - macarrão grosso e esbranquiçado, servido com ingredientes diversos
Uramaki - sushi cujo arroz fica para o lado de fora
Wasabi - raiz-forte
Yakisakana - peixe grelhado em posta
Yakisoba - macarrão frito com legumes
Yakitori - robata feita com frango

PF Japonês



Continuando na onda da comida japonesa (que amamos), a dica agora são os Teishoku, que nada mais são que PFs japoneses.

Explico: o teishoku é uma refeição completa japonesa, a gente escolhe um prato principal, que pode ser um sashimi, sushi, yaksakana, yakisoba, enfim... vem o prato principal acompanhado de diversas cumbuquinhas com acompanhamentos variados: um bocadinho de tofu, uma berinjela marinada, refogadinho de nirá, missoshiro, um empanadinho e uma vasilha grande de gohan (arroz)... a refeição vira uma festa, a gente come com a boca e com os olhos!

E o melhor da história: em geral é uma opção barata, principalmente se escolhemos a promoção do dia.

Para experimentar um teishoku bacana vale a dica: Sushi Issao na Liberdade, fica na Rua da Glória, 103/111, é um predinho que tem apenas restaurantes japoneses, o teishoku do Issao custa R$ 19,00 e dá pra dividir com alguém. Almoço bom, divertido e barato!

9.7.06

Cerejeiras

Marys, Koyamas, cerejeiras, obento e... línguas!

Estava lendo agora o artigo mensal da Mary Hirata na revista da folha, ela falava do Obento, que quer dizer marmita, e que é uma verdadeira tradição no Japão. Começa ainda na infância, quando as crianças levam o seu para a escola, e assim além de comerem uma refeição balanceada, matam a saudade de casa na hora do almoço em companhia dos colegas de escola... comida de alma, como diria Nina Horta!

Além do Obento que cada um traz de casa, Mary conta que existe uma grande competição entre as estações de trem das províncias japonesas de qual seria o melhor Obento. Cada estação traz a especialidade da região, continua ela, os sushis de cavalinhas de Kyoto, o arroz com siri desfiado de Niigatae... a língua de boi grelhada no carvão de Sendai... ou seria São José dos Campos? Explico: Em São José tem um restaurante japonês que vale a pena, ou melhor, vale mais que a pena, típica comida de alma japonesa...

A história é a seguinte: o Sr. Koyama, chegou ao Brasil há mais ou menos trinta anos para trabalhar na Panasonic, em São José dos Campos... A delicadeza e educação em pessoa... seu hobby, cozinhar, seu sonho, abrir um restaurante... Porém, sua esposa nunca topou a empreitada, não tinha a mesma alma cozinheira (embora hoje toque um dos restaurantes) e sabia que a trabalheira iria acabar ficando para ela, uma vez que o Sr. Koyama ainda trabalhava na Panasonic... Veio a aposentadoria e os filhos intercederam junto à mãe, tamanha paixão do pai pela gastronomia... resolveram abrir um restaurante pequeno, o Yamabuki. O sucesso foi tanto que abriram franquias nos dois shoppings da cidade, bem diferentes do original, mas mesmo assim bons, dos poucos fast food japoneses que são de fato de qualidade...

Mas voltando ao Yamabuki original, é lá que o Sr. Koyama faz arte. Sem exageros, é um dos melhores restaurantes japoneses que já experimentamos, comida delicada, cuidadosa, artística, sobretudo honesta... É o único japonês em que vamos para pedir Yakissoba, e não é qualquer yakissoba, a massa é caseira, fresca, não está boiando em molho, inchada, molenga... é sequinho, os legumes crocantes, carne de vaca, porco e camarão, tudo misturado, gengibre curtido por cima, delicioso... domburi de frutos do mar... sensacionais... Fora as coisinhas especiais que o Sr. Koyama nos oferece para provar. Certa vez me ofereceu um marisco curtido no shoyo e algo doce (parecia mel) que não tenho palavras para descrever, de tão bom...

A essa altura vocês devem estar se perguntando: Mas o que tem a ver o Obento da Mary com o Sr. Koyama, fora o fato de estarem inseridos no mesmo universo da comida japonesa? É que um dos pratos típicos do Yamabuki, e que só encontramos lá, em nenhum outro japonês, é o Yaki (espetinho) de língua! Sem querer descobri hoje que é típico de Sendai... que deve ser a província do Sr. Koyama (perguntaremos a ele na próxima ida ao Yamabuki). De qualquer forma, vale tomar um ônibus e até um avião para experimentar a iguaria, deliciosa, nossa pedida sempre que vamos ao Yamabuki, imperdível!!!

Continuando com Mary, ela diz que agora no Japão estão em plena época das cerejeiras em flor, verdadeira festa nacional. É uma tradição nesta época comer um Obento sob uma cerejeira... um verdadeiro empurra empurra pra arrumar um lugar bacana em um jardim público para desfrutar com amigos e familiares a comida sob flores... O Hanami (observação das cerejeiras) é tão festajado no Japão como o carnaval no Brasil, continua ela...

Essa conversa toda me deu a maior fome... na falta de cerejeiras, os ipês estão floridos... Vou resgatar meu exemplar de "O Jardim das Cerejeiras", preparar meu Obento e sair em busca de um deles prá sentar embaixo...

Quer conhecer o Yamabuki? Fica na Praça São Dimas, em São José dos Campos. Passando por lá, saudações ao Sr. Koyama!!!

26.6.06

DELICADEZA

Reflexões sobre o Belém

Tatiana Belo Djrdjrjan

Senti o teu cheiro fresco ao andar nas tuas ruas entre cabisbaixa e altiva, aflita para não perder nenhuma das tuas indeterminadas quadraturas. Isso me preencheu de forma tão repleta que ainda não sei se me perdi para sempre ou se foi apenas um simples alerta. Reconheci nas tuas esquinas as mesmas quinas da minha memória universitária quando em ti estive exatos treze anos atrás, lembrança perdida e embaçada em meio a minha vontade libertária de compreender a tua história e o teu legado, ainda sem muita memória no meu passado.

A viagem para em ti chegar desta vez foi diferente. Ao invés das 44 horas por terra, foram apenas quatro nas asas do avião dormente. A rapidez de riscar o céu e adentrar sem aviso no norte me mostrou que em ti estar novamente - sem nenhuma programação - é mesmo pura sorte.

Na madrugada silenciosa, percorri suas ruas para encontrar abrigo. Imediatamente reconheci o teu aconchego, meu já eterno conhecido. A primeira noite foi de descanso manso a trazer para a memória todas as iguarias, festas e danças que me alegraram quando da primeira vez invadi o teu cenário.

Ao avistar a terra que te cerca no cais das docas, espaço da cultura e da arte, senti a tua inocência meio torta. Assim como as plantas de mandingas espalhadas pelas tuas ruas com nomes que indicam a atração que vigora nua. Chega-te a mim, vai-e-volta, carrapatinho, chora no meu pé e a que achei mais meiga e sincera, faz querer que não me quer, me mostraram como a selva está em ti presente, em cada esquina, cada rua, apenas com as plantas que dão o verde do seu ser sem estar aparente.

Há um certo frescor que guia o desejo do odor e das cores que os teus temperos anunciam. Quase como uma lembrança não vivida das recordações das especiarias das Índias, memória inexistente que me cativa como uma carícia e que me prende sem saída à minha imaginação sempre furtiva.

A chuva a cair, vez ou outra, mostrou a quentura do teu inverno. O céu sereno e límpido entre o escuro e o aflito precipitou suas lágrimas quando o teu calor o cercou, num ritual sem nenhum grito. Leve e sincera, inoperante e eterna a abraçar longamente meu corpo com o vento que não parou de soprar apesar do calor em nada aliviar.

No final do primeiro dia, a ânsia de te reencontrar me fez andar a esmo, sem indicações ou conselhos, ficando apenas com o meu olhar, preso entre os meus eternos tropeços. Avistei onde o baixo ventre em ti mora. Vielas quase desertas perto do cais com apenas algumas mulheres nas portas entreabertas, quase todas a escapar uma música estridente e indiscreta.Percebi que este lugar é parecido em todas as cidades, têm o ar do profano a lembrar o prazer instantâneo quando na verdade mostram apenas desejos perdidos e aflitos entre a lassidão do olhar e o beijo para sempre proibido.

Pude perceber que o descanso é em ti tão festejado e cultuado que as redes aqui possuem seu próprio supermercado. Redes que balançam as vontades daqueles que nos barcos se demoram nos afazeres sem nem mesmo saberem muito bem os seus próprios quereres.

No segundo dia, a chuva apareceu menos e talvez por isso o calor foi mais forte. A leitura do livro que me cativou me fez perceber o quanto a estada em ti é sempre forte. Da primeira vez, conheci animais, rios e desejos intermitentes e desta reconheci em ti o que estava todo o tempo à minha frente. O meu desejo irrealizado de perceber a tua delicadeza como marca indelével de cidade só foi perceptível quando em ti reencontrei a felicidade. Esta é a sua marca quase inaparente. A delicadeza de transformar as vontades e os quereres dos que em ti chegam naquilo que para sempre foram os seus desejos uniformes e ainda inaparentes.

A noite do segundo dia ainda não saiu de dentro de mim. Não a compreendi muito bem e por isso mesmo a guardei entre os recantos escondidos do meu coração como um tesouro encontrado e ainda não aberto. Percorri o caminho do cais até a berço do teu nascimento. Reconheci o modelo do forte a esperar a tua defesa, sempre contando com a própria sorte. O que realmente me causou encantamento foi avistar as onze janelas da casa perdida entre teus tormentos. Iluminada e perdida na tua sincera e pálida aquarela daquele momento. Adentrei nas suas paredes de história e inaugurei a alegria de avistar a tua baía sem nenhum corte, entre a iluminação perfeita e o borbulhar das águas sagradas. Foi como mergulhar sem salva vidas num mar de almas.

Ainda não me recuperei do afogamento. Sinto-me nadando eternamente naquelas águas e o que me prende é exatamente a tua delicadeza que me afaga sem nenhum lamento. Mesmo tendo entrando novamente no avião dormente. Mesmo tendo regressado para a minha terra com ares de ausente. Sinto o meu corpo se debater naquela baía. Sem corte ou morte anunciada. Apenas com a tua delicada delicadeza a me mostrar como morada. Belém, tu és como um amor para sempre perdido e encantado. Enamorado e incompleto. Guardado e secreto. Delicado e indiscreto. A insinuar no meu coração a dança do encontro eterno. Do que só reaparece a toda hora exatamente por parecer para sempre perdido, escondido nas entranhas dos meus desejos, para ti, sempre furtivos.

Bolinho de feijão

Paulo Mendes Campos

Uma vez, ao sair de um labirinto burocrático, psiquicamente entorpecido, reparei que eram onze horas de manhã limpa e amena. Suspirei para a mulher que estava ao meu lado: Que pena!

Que pena, sim, pois é bem ridículo renascer às onze horas de manhã limpa e amena, e não existir um só antro na cidade, no qual uma alma leve possa comer um bolinho de feijão! É uma das contradições da civilização! Intolerável que uma cidade devore oceanos de peixes, rebanhos de bifes, enxurradas de cereais e hortaliças, sem poder ofertar ao consumidor um pratinho de bolinhos de feijão. Fazendo minhas as palavras sombrias de um russo, no banho de luz da Praça Marechal Âncora, ameacei a humanidade: Mundo louco, feliz em tua loucura, o teu despertar será terrível!

Mas a mulher que andava ao meu lado era gringa, e perguntou-me: What is a bolinho de feijão?Well... um bolinho de feijão!

Um bolinho de feijão é feito de feijão-fradinho. Parece com acarajé, mas não é bem acarajé. Um bolinho de feijão é uma coisa que você come muito na infância, e mais ainda na adolescência, quando descobre a cerveja, e depois fica a procurar, em vão, por todos os cantos do mundo. Um bolinho de feijão, às vezes é a joie de vivre, para mim ele é le temp retrouvé, e era o que a Gioconda queria quando sorriu. Um bolinho de feijão é quase o que os germanos chamam de Gesamtkunstwerk, uma perfeita e orgânica obra de arte. Um bolinho de feijão é o maná (o quente) que este céu agora nos promete, mas não encontraremos jamais.

Mudando de rota (em Leblonema não há bolinho de feijão), cruzamos a praça, caímos à esquerda em General Justo, e comprei duas passagens no Aeroporto Santos Dummont.

Em Belo Horizonte - expliquei em voz baixa para a minha alienada - ainda há bolinhos de feijão. Não tanto quanto no meu tempo, é claro, pois a era dos enlatados corrompeu as paciências culinárias. Mas há! Sei de um bar n Rua da Bahia - o Ignacio's - que, neste mesmo instante, está a frigir bolinhos de feijão da melhor qualidade. Daqui a uma hora e de vôo e vinte e cinco minutos de táxi, eu te apresentarei, mulher, ao bolinho de feijão.

Dei bom-dia ao bom proprietário e escolhi o melhor lugar. Expliquei aboa técnica para a companheira: a gente não deve ir chegando e pedindologo um prato de bolinhos de feijão. Não. Deve tomar um ar de quem nãoquer nada, mas de quem pode subitamente ter uma idéia fabulosa. Comose os bolinhos nem existissem, pedir o melhor uísque escocês, para apanhar a boa boca. Ir bebendo com tranqüilidade, falando de coisas sem importância, para distrair a idéia. Depois, no momento de pedir o segundo uísque...

Foi o que fizemos. Falamos sobre as guerras da Ásia e outras trivialidades, bebericando devagar, com aquele gosto das esperanças certas. Acendi um cigarrinho e chamei o garçom:

- O senhor agora, por favor, vai trazer mais dois uísques e umpratinho com aqueles bolinhos de feijão

- O doutor vai desculpar, mas o bolinho de feijão está em falta.

Como Franz Kafka, não entendi mais nada. Passar duas horas numa repartição pública, descobrir de repente na luz da manhã que Deus existe, o avião existe, o bolinho de feijão existe... E o bolinho de feijão estava em falta! Meu primeiro ódio foi lingüístico, contra aquela expressão idiota: nada do que a gente quer devia estar em falta. Em seguida, com a fleuma dos arruinados, perguntei ao rapaz:

- Por que que o bolinho de feijão está em falta?

- Porque a cozinheira, que sabia fazer bolinho de feijão, partiu de faca na mão pra cima dum garçom, de faca na mão; o patrão mandou elaembora.

- Mas, meu amigo, não faz sentido: se a cozinheira, que sabe fazer bolinho de feijão, partiu de faca na mão pra cima do garçom, que não sabe fazer bolinho de feijão, quem devia ir embora é o garçom.

- Mas acontece, doutor, que a cozinheira não tinha razão.

- Meu caro, o bolinho de feijão tem razões que a própria razão desconhece... A prova disso é esta: acabamos de chegar do Rio deJaneiro para comer bolinho de feijão. Não é só isso: esta senhora nasceu na Europa para conhecer um dia o bolinho de feijão de Minas Gerais... Vê se quebra o galho, meu chapa.

O Inácio veio falar comigo e repeti para ele minha estupefação, no caso da cozinheira, e minha indeclinável urgência em comer alguns bolinhos de feijão. O homem comoveu-se, mandou um menino percorrer os botequins da capital. Aguardamos em silêncio.

Meia hora depois, três bolinhos de feijão, murchos e frios como as graças fanadas na véspera, eram colocados na mesa. Ela comeu um; eucomi outro; dividimos o último irmãmente. E voltamos para o Leblon.

(Os bares morrem numa quarta-feira, São Paulo: Ática, 1980, pp. 118-120)

24.6.06

Happy Hour Hipocondríaco

Fomos eu e Bromélia. Fim de tarde, ela estava indisposta. O Oswaldo Cruz fica no caminho da casa dela e é credenciado do convênio, resolvi acompanhá-la. Passou por uma consulta, fez uns examecos e enquanto esperávamos o resultado, demos um pulinho no restaurante do hospital...

Que belezura!!! De doer os olhos, um jardim lindo, voltado para a parte antiga do hospital, um prédio cheio de personalidade, todo avarandado... sentamos em uma mesa e ficamos olhando o jardim enquanto tricotávamos histórias e mais histórias...

No fim de tarde o restaurante serve sopas deliciosas, neste dia em especial, duas opções: canja e caldo verde. Esqueça toda pré-idéia acerca de comida de hospital rala e insonsa... prá acompanhar, pão, torradas, manteiga, queijo... tudo de primeira, nos fartamos... depois um cházinho, um docinho e assim se passou mais de uma hora...

Receitamos, seja o senhor ou a senhora hipocondríac@ ou não, vale uma visitinha ao restaurante do Oswaldo Cruz!

Ah, tudo bem com Bromélia, era apenas uma virose, braba, mas que passou!

20.6.06

Conserva de tomatinhos

Foto da conserva de tomatinhos (no canto superior esquerdo)
acompanhada da caponata (receita no Blog) e de um molhinho picante.


Aprendemos esta receita com a Tia Regina, cozinheira de mão cheia. Na ocasião, ela fez para acompanhar um pernil assado que seria servido em lascas para ser comido com pão...

Adaptamos a receita original ao nosso gosto, acrescentamos os cogumelos, algumas especiarias que não existiam, modificamos o ácido... Achamos o resultado tão bacana que entrou para o ranking de nossas receitas prediletas, uma excelente opção de antepasto para festas e que com carnes fica divina, maravilhosa!

Em uma panela de fundo grosso adicione os seguintes ingredientes (em quantidades ao gosto dos convivas):

Dentes de alho inteiros (sem casca).
Mini cebolas inteiras (sem casca).
Pimenta do reino em grãos.
Pimenta rosa.
Cravo.
Canela.
Cardamomo.
Louro.
Tomilho fresco.
Cogumelos paris ou shitake frescos (opcionais, mas ficam deliciosos).
Aceto balsâmico e um pouco de água (o suficiente para ficar uns dois dedos de líquido na panela – neste caso, a maior ou menor acidez depende do gosto d@ cozinheir@).
Sal.

Deixe levantar fervura e então junte os tomatinhos cereja ou pêra aos poucos, espere a casca rachar e reserve-os em outro recipiente e assim sucessivamente até que todos os tomatinhos passem pelo processo.

Depois de cozidos os tomatinhos, junte ao caldo que restou pimenta (pode ser em conserva, fresca ou seca – depende do ardor desejado), prove o sal e deixe reduzir um pouco.

Despeje o caldo sobre os tomatinhos e regue generosamente com azeite extra virgem.

Tem uma boa duração na geladeira e fica melhor depois de um ou dois dias pegando gosto.

19.6.06

Arroz com costelinhas de porco

Fiz esta receita ontem para acompanhar o jogo do Brasil na Copa! Ficou gostosa e portentosa como sempre!



Essa receitinha, adaptada à gastronomia goiano-mineira, passada de geração para geração, remonta à infância da humanidade, isso se a senhora e o senhor tomarem por base o texto bíblico... É a vingança definitiva de Lilith e Eva sobre o boçal do Adão.

Cansadas de pecados, costelas, maçãs, serpentes e de toda a baboseira da versão unilateral de Adão sobre o paraíso e decididas a colocar, de uma vez por todas, os pingos nos “is”, mesmo porque a tal versão oficial deve-se unicamente à boa relação de Adão com a imprensa, em um ritual quase catártico Lilith e Eva criaram, executaram e se lambuzaram com um “celestial” arroz com costelinhas de porco... de comer de joelhos!

Em uma panela de fundo grosso, de preferência de ferro, doure em pouquíssimo óleo – algo como uma colher de sobremesa – uma cebola de estatura mediana, cortada em cubinhos tão pequenos quanto sua habilidade permitir. Deixe reservada uma outra cebola cortada da mesma maneira para usar mais adiante.

Junte à cebola da panela um quilo de costelinhas de porco, não muito gordas e de preferência com muita carne, cortadas em pedaços de aproximadamente 10 cm de comprimento. No fogo médio, refogue a costelinha, misturando com paciência, em uma quase meditação, como quem entoa um mantra... Conforme a carne for grudando na panela pingue água e novamente misture, e pingue água e novamente misture, até que se obtenha a cor de bronze. Salgue, então, a gosto e junte a cebola reservada. Misture novamente para que a cebola nova roube, da costelinha, o bronzeado.

À parte, lave bem o arroz até sair toda a goma... Quanto arroz? Essa é uma pergunta deveras complicada... Vale a dica vinda de um restaurante de Paraty, um dos paraísos terrestres... Dois punhados cheios de arroz por pessoa e mais dois punhados cheios de arroz para a panela... Para a receita em questão Lilith e Eva aconselham aproximadamente 12 punhados, o que vai render cinco porções.

Mas a prova final fica mesmo por conta do olho bom do senhor ou da senhora, o tanto certo de arroz para essa receita é aquele que fica proporcionalmente adequado, só de olhar, à quantidade de costelinhas, nem menos nem mais. Quando cozido, o arroz deve envolver a costelinha que ficará imersa nele, sacou?!

Volte ao pas de deux da costelinha com a cebola e junte o arroz, também ansioso por dourar-se... Voilà: temos um perfeito ménage à trois! Para literalmente apimentar ainda mais a história, junte três pimentas dedo-de-moça, frescas e inteiras, e uma pimenta bode, em conserva, sem amassar. Misture mais um bocadim e junte água suficiente para cobrir a mistura. Prove o sal, misture mais um pouco e deixe ferver em fogo alto.

Quando a água estiver quase seca e aparecendo os furinhos formados pelo calor no arroz, tampe a panela e abaixe o fogo ao mínimo. Se tiver uma chapa de ferro ou alumínio coloque sob a panela. Passados uns minutos experimente para ver se a água secou totalmente e se o arroz já está cozido. Polvilhe com salsinha, desligue o fogo e deixe descansar mais uns cinco minutos. Pratique, então, aquele delicioso pecado capital...

Mais uma dica: na minha terra, comemos esse prato acompanhado por uma saladinha de tomate cortado em rodelas finas, cebola, cheiro verde e pimenta, temperada com limão, sal e azeite. Para completar e deixar a refeição ainda mais portentosa: depois de pronto, antes de servir, cubra o arroz com uma camada de bananas-da-terra fritas em rodelas... Ai, ai, ai...

Lilith e Eva colocariam na salada umas fatias de maçã...

14.6.06

Bacalhau

Ontem tive aula de bacalhau, descobri muitas coisas importantes a respeito da iguaria... copiei do site www.bacalhau.com.br as informações que seguem:

Os 5 tipos de bacalhau salgado e seco

Do ponto de vista técnico, entende-se por peixe salgado e seco o produto elaborado com peixe limpo, eviscerado, com ou sem cabeça e convenientemente tratado pelo sal ( cloreto de sódio ) , devidamente seco, não podendo conter mais de 40% de umidade para as espécies consideradas gordas, tolerando-se 5% a mais para as espécies consideradas magras.Dentro destas características, existem 5 tipos diferentes de peixes salgados secos no mercado brasileiro : Cod Gadus Morhua, Cod Gadus Macrocephalus, Saithe, Ling e Zarbo.

Pela legislação que está sendo aprovada, apenas dois tipos poderão utilizar a designação Bacalhau: o Cod Gadus Morhua, o Legítimo Bacalhau, e o Cod Gadus Macrocephalus, o bacalhau do Pacífico. Os demais deverão receber a designação"pescado salgado seco".

O Cod Gadus Morhua é o Legítimo Bacalhau, também conhecido no Brasil como "PORTO", "PORTINHO" ou "CODINHO" ( Porto é uma denominação tradicional e comercial do bacalhau Cod quando o peixe apresenta um tamanho superior a 3,5kg). É pescado no Atlântico Norte e considerado o mais nobre bacalhau.Normalmente, é o maior, o mais largo e com postas mais altas. Tem coloração palha e uniforme quando salgado e seco; quando cozido, desfaz-se em lascas claras e tenras, de sabor inconfundível e sublime. É o bacalhau recomendado em todos os pratos da cozinha internacional.

O Cod Gadus Macrocephalus, ou Bacalhau do Pacífico, é muito semelhante em aspecto com o Cod Gadus Morhua, e vem sendo comercializado há cerca de 10 anos no Brasil. No entanto, é diferente do Legítimo Bacalhau, com diferenças fundamentais: não se desmancha em lascas, é fibroso e não tem o mesmo paladar.Por isso, é um peixe mais barato e tem sido vendido em muitos pontos de venda, devido à semelhança, como sendo Legítimo Porto.Não é fácil diferenciar um do outro: uma das formas é observando bem o rabo e as barbatanas - se tiverem uma espécie de bordado branco nas extremidades, é macrocephalus. Outra forma é pela coloração: o macro é um peixe bem mais claro (quase branco) que o Legítimo Porto, o que confunde boa parte dos compradores.

O Saithe é um tipo mais escuro e de sabor mais forte. Muito mais barato que o Cod, é o tipo mais importado atualmente e é o campeão de vendas no Nordeste brasileiro. É utilizado para bolinhos, saladas e ensopados de bacalhau, porque quando cozido sua carne desfia com facilidade.

O Ling é bem claro e mais estreito que os demais. Tem um bom corte e é muito apreciado no Brasil. Sua carne é clara, bonita e por isso atrai muitos compradores.

O Zarbo é o mais popular e os peixes, geralmente, são menores que os demais tipos.

Classificação

Todos os 5 tipos são classificados em 3 categorias:

Imperial - É a melhor classificação. Significa que o bacalhau está bem cortado, bem escovado e bem curado. O Porto Imperial é exemplo do melhor dos melhores.

Universal - Classificação que identifica o bacalhau que apresenta pequenos defeitos, que não chegam a comprometer sua qualidade, visto que o paladar é o mesmo do Imperial;

Popular - É o bacalhau que apresenta manchas e do qual faltam pequenos pedaços, extirpados pelo arpão na hora da pesca.

É de praxe nas importações de bacalhau que 80% dos peixes sejam classificados como Imperial e 20% como Universal.

6.6.06

El Guatón

Logo de cara o que chama atenção são as bochechas rosadas, tipicamente chilenas do Guatón... funcionam como um selo de qualidade, atestam a autenticidade do comedouro... depois o cardápio, tudo muito típico, para quem já provou (e gostou) da comida chilena, só a leitura do cardápio já anima o apetite.

Começamos com uma empanada, deliciosa, coloca no chinelo as do Bar Empanadas (do qual continuamos fãs pela atmosfera, mas já não serve mais como paradigma do acepipe) acompanhada por um molhido de pimenta aji, delícia, delícia...

Pedimos então o "pastel de choclo", uma das perfeitas traduções de comida honesta, uma torta de milho (na realidade a massa é um purê de milho verde doce) recheada com carne, frango, cebola, azeitonas, uva passa e depois assado, chega à mesa supitando... prá acompanhar uma "ensalada chilena": tomates decascados com cebola e coentro, temperada com limão e azeite...

Deixamos para uma próxima ida as humitas, representantes chilenas das pamonhas brasileiras, com a diferença de que levam cebola e coentro na massa, autêntica comida mapuche!!!

De sobremesa um chilenito, espécie de alfajor que em lugar de chocolate é coberto por suspiro, tem a massa levinha, sequinha e o doce de leite perfeito... dá a exata medida da loucura do povo chileno por doces... verdadeira mania nacional!

O melhor da festa é a conta, em média (com cerveja) R$ 15,00 "per capita"!

Conheça: Rua Arthur de Azevedo, entre a Henrique Schauman e a Francisco Leitão.

4.6.06

Para Copa

Pipocas especiais para acompanhar os jogos da copa:

Nada de pipoca de microondas, resgate a velha pipoqueira que já deve estar com teias de aranha no fundo do paneleiro, ou se já foi doada há anos atrás, serve qualquer panela grande:

1- Com pimenta

Parta uma pimenta dedo de moça ao meio no sentido do cumprimento, retire as sementes. Derreta manteiga, junte o milho e a pimenta e mexa até que as pipocas comecem a estourar, retire então a pimenta, e espere estourar o restante da pipoca mexendo a panela de quando em quando, salgue depois de pronta. Fica levemente picante, uma delícia. Se quiser mais picante deixe a pimenta na panela até o fim do processo.

2- Com alecrim

Pode ser com manteiga ou com azeite, fica bom das duas formas. Junte o galho de alecrim logo no começo e deixe até que todas as pipocas estejam estouradas.

3- Alho e óleo

Amasse um dende de alho com casca e tudo e jogue na panela com azeite e um fio de óleo deixe também até o fim do processo.

4- Açucar e canela

Derreta manteiga, junte açucar (não muito, coisa entre uma ou duas colheres de sopa), e o milho de pipoca, misture bem, o açucar irá caramelizar, polvilhe com canela. Quando começar a estourar mexa com maior regularidade a panela.

2.6.06

Leôncio

- Uma porção de camarões alho e óleo, no capricho!
- Tem limão?
- Peraí - vai até a casa da vizinha, e pede: - D. Fulana, me arruma aí um limãozinho do pé!
Voilá, eis o limão!
- Pimenta?
- Caseira?
- Por favor!
Eis que se materializa na mesa uma pimentinha caprichada, curtida na cachaça... saborosa...
- Coca light?
- Tem não, mas peraí que já arrumo!
Alguns minutos depois, volta ele com a coca, um copo cheio de gelo e uma rodela de limão do pé da vizinha.
- E o peixe, como está?
- Pescado hoje!

Meia hora depois, a mesa posta: arroz, feijãozinho temperado, peixe frito, batata fresca frita (deve ser um dos últimos restaurantes do mundo que não sucumbiu à batata congelada), saladinha de tomade verdolengo com cebola... tudo no capricho, tudo com gosto de comida de mãe!

Ficou com vontade? Vá lá: fica na prainha em Fortaleza... Passe o beach parque e siga... vire em algum lugar à esquerda e pergunte onde fica a barraca/restaurante do Leôncio... enquanto espera a comida assunte para os pescadores passando com fieiras e mais fieiras de peixe recém pescado... um paraíso... o difícil é não pedir um emprego em troca de cama e comida pro Leôncio!
Torta de ameixas por dentro e por fora...

Daniel Briant

Chez Daniel!
Neste retorno a Brasília, revisitamos um de nosso lugares favoritos não apenas pela comida de primeiríssima qualidade, mas também pelo clima, um café parisiense em pleno Planalto Central!

E chegamos em hora boa, a tempo de pegar a temporada da torta de ameixas do Daniel... sensacional, só ela já vale a visita... mas ela depois da saladinha de verdes com salmão defumado... aiaiai...

Quando morávamos em Brasília éramos assíduos... almoços e mais almoços, em vários dias curamos nossas angústias e saudades com a comidinha de lá... cafés da manhã intermináveis aos domingos sob aqule gazebo acolhedor... entre um suco e outro uma olhadinha no tempo... um croque monsieur... uma lidinha no jornal do dia... uma xícara de café... uma palavrinha com Daniel...

Aliás só o Daniel vale todo um post no blog, xerox autenticada do Asterix em plena Candangolândia! E dá-lhe bom humor, irreverência e resistência, que outro lugar explicaria aos clientes no cardápio a exploração dos cartões de crédito?

O sujeito é gente finíssima. Letícia logo em sua primeira passada por lá, descobriu a história dos cartões... estava sem dinheiro e sem cheques... era aniversário de uma grande amiga, queria levar uma torta de presente, ele fez fiado, era uma estranha, recém chegada de outra cidade... é claro que depois desta voltou prá pagar e viramos clientes de carteirinha!

Outra iguaria do cardápio são as crepes feitas com farinha de trigo sarraceno. Crepes verdadeiras, nada de panquequinhas com recheiso esdrúxulos, como frango com catupiry! E para acomapnhar cidra (de verdade, normanda!). Sensacional!

Aliás, o cardápio do Daniel é uma verdadeira aula de cultura francesa. E ele tem um "programa" de educação em gastronomia e cultura francesa para os garçons. Enfim, passem por lá e aproveitem o ambiance... para quem conhece Paris vale par relembrar. Para quem não conhece, é um bom começo!

Vive la France!

14.5.06

Farinhas








Duas fotos da banca das farinhas... um sonho, todos os tipos: copaíba, baiana, sergipana, puba...





Feira do Guará


Como já dissemos nestes dias de sumiço, entre outras coisas, viajamos um bocadim... fomos à Gonçalves e à Brasília. Em Brasília como não podia deixar de ser, revisitamos a feira do Guará. ASproveitamos para comprar farinha, tapioca, frangos e galinhas caipiras, pimentas e ainda fotografamos tudinho só para colocar no blog.

Na foto, Letícia comprando tucupi e jambu!

Longo e tenebroso inverno

Isto! Depois de um longo e tenebroso inverno, dias e dias sem escrever uma única linha, voltamos à carga... os blogers também amam... e trabalham e se atrapalham... e desaparecem... Mas, felizmente voltam cheios, repletos, de coisas e mais coisas a serem ditas...

Nestes dias de sumiço, passamos por três feriados, cozinhamos alucinadamente em dois deles, inciamos a obra de nossa casa/restaurante (uma cozinha com dois quartinhos)... viajamos, fizemos festa, revimos amigos distantes, comemos muito, bebemos muito, revisitamos restaurantes, feiras, descobrimos novos ingredientes, trabalhamos feito loucos, fizemos serão, plantões, escrevemos textos, e-mails, mil telefonemas... e agora haja fôlego prá contar tudinho!

19.4.06

Depois de Rê Bordosa


Riviera, 56, fecha e deixa vazio na Paulista
AFRA BALAZINADA REPORTAGEM LOCAL
MATHEUS PICHONELLICOLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Folha de São Paulo, 19 de abril de 2006

Bar tradicional que já foi freqüentado por estrelas como Chico Buarque e Elis Regina, o Riviera fechou definitivamente suas portas e deixou um vazio numa das esquinas mais importantes de São Paulo, entre a rua da Consolação e a avenida Paulista.
O bar foi despejado do imóvel no número 2.450 há dois meses, por falta de pagamento de aluguel. Os problemas financeiros são um reflexo das mudanças ocorridas ao longo do tempo na área, como a perda de público para bares como os da Vila Madalena e a decadência da região. Segundo o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), que é dono do imóvel, o proprietário do estabelecimento não quitava as cobranças desde 1996.
Mas, em 56 anos de existência, restaram muitas histórias e lendas sobre o Riviera. A personagem Rê-Bordosa, de Angeli, por exemplo, foi inspirada numa freqüentadora do bar. Antes de ser prefeito da cidade, Jânio Quadros foi expulso do lugar pelo dono, Renato Meniscalco. De acordo com o proprietário, Jânio bebeu e arrumou confusão no local.
Mazzola, considerado um dos mais importantes atacantes do Palmeiras, foi parar no Riviera após uma derrota histórica de sua equipe para o Santos, em 1958. Ao chegar ao bar, encontrou justamente os adversários, que comemoravam a vitória. Bebeu cuba libre até de madrugada e só saiu dali com a ajuda do dono. "Lembro que ele chorava muito", disse Meniscalco, em entrevista de 2005.
A figura mais conhecida do Riviera era um garçom. Juvenal Martins, que trabalhou no estabelecimento por 30 anos, é lembrado pelos freqüentadores por sua fama de ranzinza. Numa comunidade em homenagem ao bar no site de relacionamentos Orkut, ele é descrito como "sorumbático". "Vê-lo sorrir era um acontecimento memorável. De poucas palavras, não gostava de conversar com os fregueses, evitava mesmo! Mas tinha um carisma especial. Cativava as pessoas com a sua sisudez", diz uma descrição na comunidade. Martins se aposentou em 1993 e foi morar no interior. Não há notícias dele desde então.
Também era comum as pessoas, na madrugada, subirem às mesas e declamarem poemas. O cineasta José Mojica Marins, 70, o Zé do Caixão, gostava do sanduíche de siri do Riviera. "Não sabia que ia fechar. Estou triste com a notícia", disse ele, que costumava ir ao bar com outros cineastas e também em comemorações de aniversários.
O proprietário, Renato Meniscalco, orgulhava-se de ter convivido com hippies, junkies e grunges sem precisar deixar o balcão. Ele tinha 18 anos quando se mudou a São Paulo com os pais, em 1949. Tocou o bar, junto com a mulher Ivone, até o começo deste ano. Queria deixar o estabelecimento para o filho Yuri, de dez anos. Meniscalco dizia conhecer várias Rê-Bordosas. Algumas voltavam com os filhos para mostrar o lugar onde passaram a juventude. Formado em psicologia, dizia que seu principal consultório eram as mesas de bar.
No cardápio, os lanches tinham nome de artistas. O sanduíche de queijo no pão francês se chamava Hollanda, em homenagem a Chico Buarque. Era vendido a R$ 4. Sá e Guarabira, da canção "Blue Riviera", também foram homenageados. Um dos mais procurados era o Royal, um sanduíche empanado com vários recheios.
Taxistas do ponto chamado Riviera, ao lado do bar, disseram ontem que o local estava muito sujo nos últimos tempos e quase não havia fregueses. Segundo o INSS, o ponto deve ficar desocupado por um longo tempo. O imóvel não será alugado novamente e o mais provável é que seja doado a uma instituição.
A região onde estava localizado o Riviera voltou a ficar mais valorizada com a reforma do cinema Belas Artes, que quase fechou há quatro anos, e com a instalação de um hotel. O outro lado da rua, parte "prensada" pelo sistema viário Rebouças, segue decadente. O arquiteto Roberto Loeb, que participou da reforma do Belas Artes, tem idéias para atrair novamente as pessoas para a região. "Na época da campanha pela manutenção do Belas Artes consegui encontrar interessados no bar. Mas em razão das dívidas fiscais e trabalhistas não foi para a frente". Loeb sugere que a calçada seja decorada com lustres - a rua tem diversas lojas de iluminação- e que a passagem subterrânea existente em frente ao bar e ao cinema seja palco de feiras de livros.
Já na opinião da urbanista Lucila Lacreta, do Movimento Defenda São Paulo, é difícil que o local volte a ser um "point". "A região do Riviera mudou muito, as pessoas conversavam na calçada e havia a característica do ponto de encontro na rua. Em razão do tráfego excessivo, a possibilidade de ficar na calçada acabou", diz.
Em homenagem a este ícone da boêmia paulistana o Blog decreta luto oficial de 3 dias!

11.4.06

Paraty, para mim, para todos!

Paraty II

3- Compras

- Ateliê Lúcio Cruzz – nosso predileto, coisas lindas, vários artistas. Fica na Rua Dona Geralda.

- Ateliê Paris Paraty – é de azulejos pintados, uma família francesa os confecciona. Adoramos! Os da mãe são mais clássicos, tem uma a linha com paisagens e ruas de Paraty, coleciononamos... os do filho são mais diferentes, lindíssimos, uma coisa meio primitiva... aliás, as telas dele são maravilhosas.

- Traço Atelier – Rua da Praia – compramos aí uma peça bem legal, um toco de madeira pintado com mulheres, lindo, lindo.

- Tapetes de retalho no tear, são lindos e baratos, tem em qualquer lojinha, uma boa para compra-los é uma grande que fica na Rua da Praia. Panelas de barro também, são boas e baratas.

- Camisetas – as mais bonitas na nossa opinião são as da Talismã.

- Barquinhos – são um charme. Perto do Lúcio Cruzz tem um ateliê só de barquinhos (perguntem onde fica), tem pintados e não pintados, e tem uns bem legais que são cortados ao meio para serem pendurados na parede. Temos uma coleção e como são baratinhos costumamos trazer de presente para todo mundo.

- A Casa da Cultura de Paraty, além de linda e de ter sempre eventos bacanas, tem uma loja de artesanatos maravilhosa, eles trazem o trabalho dos pescadores, de quem mora longe.

- Ateliê Ararajiba (se não me engano é este o nome), além do artesanato lindo, lindo, o dono realiza passeios ecológicos muito bacanas, vale uma conversadinha se estão animados para uma trilha no meio da mata.

4- Passeios

- Em um dos dias, alugue um barco no cais, nada de arrumar um barco grande cheio de gente, alugue um pequeno, negocie com o barqueiro para passar o dia, feche o preço. Veja bem, há que se negociar, nunca aceite o primeiro preço, a concorrência é grande. Nós pegamos sempre o mesmo, coisa de nostalgia... é o Mimi, barco do Mestre Hildo (que já se aposentou). É o mais lento de todos, vão ser ultrapassadas por todos os outros, mas isso pode ser um atrativo... e tem mais, o sobrinho dele que toca o barco não fica forçando a barra para parar nas ilhas onde ele tem trato com os donos (a maioria dos barqueiros fazem isto), ele para onde a gente pede, é simpático e na dele.

No barco, peçam uma paradinha na Ilha Sapeca, lindinha, tem uma caipirinha bacana. Umas paradas próximas a rochedos para um mergulho, uma entrada no saco de Paraty Mirim (se o tempo deixar), e outra paradinha em frente à casa do Amir Klink (somos fãs dele).

E o melhor: na volta peça para parar para comer na Ilha Catimbau, é uma das melhores comidas de Paraty, frutos do mar na plancha, o polvo é delirante e tem um prato que é um mix de todos frutos do mar, comem três pessoas sossegadas. E além da comida boa, a ilha é minúscula, de muito bom gosto, e você pode ficar comendo e nadando, o restaurante fica em um deck em cima do mar, você nada com os peixinhos... paraíso na terra.

Para o passeio de barco leve frutas e água mineral, pois assim você aguenta segurar a fome até umas 16:00 horas e então parar no Catimbau na volta para Paraty. Chegue no cais por volta das 10:00 horas. O passeio de dia todo custa por volta de R$ 80,00, se for o caso, vale a pena chamar outras pessoas (não muitas) para rachar o custo, já fizemos isto e foi bom.

- Maria Isabel – a Maria Isabel faz a melhor cachaça de Paraty, é a cachaça que dão de presente para os participantes do FLIP, muito boa. Melhor ainda é conhecer a Maria Isabel... é ela que planta a cana e faz sua cachaça. Ela é uma mulher culta, inteligente e divertida... já morou fora do país, tem muitas histórias boas... seu ateliê fica em um lugar paradisíaco, vale conhecer.

Fica a 7,4 km do trevo de Paraty em direção ao Rio de Janeiro, primeira entrada de terra à direita (depois da estrada que leva à Igreja N. Sr.a. dos Remédios no Bairro Corumbê), manter sempre à esquerda nas bifurcações, seguir mais 1,3 km. (024- 9999.9908).

- Praia de Mambucaba – indo para Angra, fica na Vila de Trabalhadores da Eletronuclear, praia maravilhosa, super limpa, com ondas gostosas. Como é a Vila, só entram 100 carros de fora por dia. Ao lado dela, em direção a Paraty, fica outra praia deliciosa, quase deserta. Na volta de Mambucaba, vale uma passada pelo Le Gite para almoçar.

- Picinguaba – fica bem antes de Paraty, ainda no estado de São Paulo, um charme, uma vila de pescadores, nós já passamos umas férias em um casa alugada lá – tem uma ceramista muito boa, peças lindas, e um cachorrão super simpático, que se chama Arthur.

- Um pouco antes de Picinguaba (indo em direção ao rio), do lado esquerdo da pista tem placas indicando a Casa da Farinha, é um moinho antigo, lindo, com uma cachoeira sensacional. Aproveite para comprar a famosa e deliciosa farinha.

- Em Paraty um dos nossos passeios prediletos é subir o Morro do Forte no fim de tarde, e então descer a rampa de pedra que fica lá em cima até a beira do mar para assistir o pôr do sol... lindo... é possível observar todas as correntes marítimas.

- Paraty Mirim – indo em direção à Sampa, vale dar uma escapadinha até Paraty Mirim, vila linda, com uma igrejinha bucólica na beira do mar.

É o suficiente para uma viagem, o resto fica por ser descoberto...

Paraty I

Nosso paraíso na terra, parada obrigatória ao menos duas vezes ao ano, recarregador das baterias. Passear por suas ruas tortas, contornando os pedaços alagados pela maré alimenta nossa alma...

Algumas dicas para curtir ao máximo a cidade:

1- Pousadas

Não reserve pousada antes, em especial fora de temporada é mais legal arrumar a pousada ao chegar lá, você entra de uma em uma e escolhe a que mais lhe agrada. Três dicas:

- Pousada Flor do Mar – muito boa e barata, quartos amplos, decoração de bom gosto, precinho super camarada. Só um aspecto a ser observado, a dona mora na pousada, assim opte pelos quartos que ficam mais próximos ao portão de entrada e não os do fundo que são próximos a casa dela, pois a família é barulhenta. Escolha entre os 4 primeiros. O café da manhã é muito bom!
Fica na Rua Fresca, 257 (tel. 24 - 33711674)

- Pousada Morro do Forte, ou Pousada Morro (fazemos confusão do nome), mas o ponto de referência é que o portão da pousada fica em frente à entrada do morro do forte. É boa e barata, o café da manhã é um pouco chutado, mas mesmo assim vale a pena. Se possível peça para ficar no quarto grande, do alto (é o quarto onde os donos moravam), é lindo e enooorme!

- Agora se quer algo muito especial e não extorsivo, a dica é o Le Gite de Indaiatiba, que agora tem até site: http://www.legitedindaiatiba.com.br/, passamos nossa lua de mel lá.
É o seguinte, fica a doze quilômetros de Paraty, sentido Angra no sertão da Graúna, é um dos melhores (senão o melhor) restaurante da região, e uma pousada paradisíaca, que não é baratinha mas também não é absurda de cara (R$ 150,00 o casal). Tem três bangalôs, que ficam no meio da mata, cada um com um caminho individual iluminado por tochas, que dá em uma cachoeira com piscina natural e sauna.Tem ainda uma raia de piscina com água de cachoeira e fundo de pedras.

O café da manhã é o ponto forte, folhado de maça francês feito na hora (assim como todos os pães), e a melhor omelete que já comemos na vida, feita com ovos caipiras.

Mesmo que não fique hospedado no Gite, fica a dica, ao menos um dia almoce por lá, chegue mais cedo, tome uma caipinha de frutas, curta a sauna e a cachoeira e depoois saboreie a comida do Olivier e Valéria (sugiro o peixe com maga e pimenta, o ravióli de taioba e de sobremesa a Tarte Tatin com sorvete de canela). É importante ressaltar que o restaurante é um pouco caro, fica na máxima “em terra de cego quem tem um olho é rei”, mas eles têm mais de um olho no quesito comida, vale a extravagância.

2- Restaurantes

Paraty tem um problema sério, tem muito estabelecimento bonitinho mas ordinário. Fuja do Café Margarida, mais fake impossível , o Kontiki (ruim e extorsivo, apesar de lindo – fica em uma ilha) e o do Hiltinho (extorsivo e nem por isso). Os seguintes restaurantes são honestos e bons:

- Punto Divino – o dono é italiano e faz uma comidinha italiana muito honesta, as massas são deliciosas, a pizza é bem boa, gostamos das saladinhas, em especial a de rúcula, que tem uma rúcula fresca, de horta. O preço é muito bom.

- La Pignata – excelente, experimente o cartoccio de espaghetti com frutos do mar (mas espere um dia de muita fome, pois a fartura é grande). O preço é honesto, a dona muito simpática, prosa boa. A noite tem pizza.

- Arpoador – a melhor moqueca sem sombra de dúvida!

- Sorveteria Miracolo – está entre os melhores sorvetes que já tomamos na vida, os de fruta, especialmente, são de fato um milagre, deliciosos. Experimente os de goiaba, coco, banana e o de coco com ameixa.

Outra dica: faça um passeio pela estrada de Cunha.. é linda! Procure pelos restaurantezinhos que tem no caminho, comidinha caseira, fogão à lenha, beira do rio... deliciosos, tem um especial que não lembramos bem o nome, mas que é fácil encontrar, fica do lado direito da estrada, na beira do Rio e tem o nome da dona, se perguntar em Paraty eles sabem, senão vale a aventura de acha-lo – prove a galinha ao molho pardo.

Nutrison

Voltei lá ontem... Aliás, adoro reuniões em locais próximos, um bom pretexto para almoçar por lá e sair triplamente feliz: primeiro porque a comida é gostosa, depois porque é saudável e por ultimo, mas não menos importante, porque é barata!

Por R$ 13,00 você tem direito a se servir a vontade no buffet, suco à vontade (feitos com água mineral) e ainda uma sobremesa de primeira. Destaque para os sorvetes artesanais, em especial o de maçã.

Muita gente torce o nariz quando se trata de comida natureba, daí o diferencial do Nutrison, que serve uma comida com gosto de caseira e que de vegetariana só tem a ausência de carne, qualquer carne. É uma comida normal - baita preconceito este nosso, como se comida vegetariana não fosse normal - mas, enfim, a lógica é esta, comida vegetariana com gosto de comida da mamãe só que sem carne!

A profusão de saladas são um capitulo a parte, muita variedade, tudo muito fresco. Saladas de grãos imperdíveis, grande variedade de frutas, granola e um gengibre em calda de açúcar (que sempre jogamos sobre a salada) que é de comer rezando.

Os quentes também são maravilhosos, sempre tem uma massa boa (o pesto é de matar), duas opções de sopa, risoles de milho verde, quibe de soja, quiches, arroz integral... Tudo muito gostoso.

Não abre aos sábados em virtude da religião dos donos que são Adventistas de Sétimo Dia. Aliás, a título de curiosidade, a informação: os Adventistas não comem carne porque acreditam que depois de mortos vão para uma espécie de paraíso onde não existe tristeza nem morte, e se não existe morte, não existe carne para comer, então eles já vão treinando aqui na terra.

É um privilégio, especialmente para quem trabalha por perto, poder usufruir no almoço de comida tão saudável e gostosa. Não deixe de ir!

Onde:
Viaduto Nove de Julho, 160 – Centro (Próximo à Câmara dos Vereadores)Metrô Anhangabaú(011) 3255-4263

Bromeliando II




Bouquet Garni

Fui apresentada ao Bouquet Garni pela prateleira de um supermercado. Um pote cheio de trouxinhas de pano – um morim amarrado com um barbante – contendo louro, manjericão, manjerona, salsa e tomilho. Eram ervas desidratadas e talvez moídas, não sei. Usei duas trouxinhas no preparo de um cabrito, retirando-as antes de servir a carne. A partir daí comecei a prestar atenção nesse bouquet tão mimoso. Encontrei um lindo, no livro Técnicas Culinárias do Le Cordon Bleu: encaixaram numa folha da parte verde do alho porro – que é mais grossa – folha de louro, galho de alecrim, de tomilho e alguns de salsa, amarrando, tal qual bouquet, com barbante. Mas outro dia, andando pelo Mercado Central de São Paulo, na Cantareira, encontrei um de beleza ímpar! Para começar não tinha jeito de bouquet. Penso que armaram assim: colocaram folhas de louro, ainda verdes, fazendo uma forração. Sobre ela, galhos e/ou folhas de alecrim, manjerona, sálvia e tomilho. Enrolaram, como a um rocambole, e amarraram com barbante. Acredito que deixaram secar em local ventilado, para evitar o mofo. Deve ser bom, deve perfumar bem os cozidos. Fico no campo do provável porque ainda não o usei. De verdade, não estou com vontade de usá-lo. Parece com um pequeno feixe da cidade de Lilipute, aquela, onde um dia Gulliver foi parar. Ou mesmo uma crisálida, que guarda a surpresa de uma futura borboleta. O Bouquet Garni é assim, misterioso na forma, mas sempre aromas latentes que chegarão à sua boca.

Bromélia Maria
Março/2006

3.4.06

Caymmi a mais perfeita personificação da preguiça, no bom sentido!

Comida Preguiçosa!

Tod@s temos dias de preguiça, dias em que não queremos fazer nadinha, quando muito assistir um filminho ou ler um livro, ou os dois... Existem também aqueles dias em que a maratona foi dura, chegamos a nossas casas podres, no pó... Nestes dias o que a gente não quer mesmo é ir para a cozinha... Sim, sempre há a possibilidade de pedir uma pizza, ou um sanduba ou comer uma fruta, ou pão velho com manteiga...

Mas também existe a comida preguiçosa! Está totalmente dentro da categoria comida honesta, é muito fácil de fazer e é gostosa... No final das contas, a gente até que se sente um pouco melhor, estamos pregad@s mas comemos boa comida!

Para ter acesso a uma comidinha boa e rápida, é importante ter sempre em casa alguns ingredientes básicos:

-ovos, massa de macarrão, azeite de boa qualidade, aceto balsâmico, nozes, amêndoas ou avelãs, uva passa, damasco seco, queijo gorgonzola, parmesão, manteiga, ervas frescas (o ideal é ter vasinhos).

Algumas de nossas receitinhas favoritas:

Ovos com tomates (receita do livro “Não é sopa” da Nina Horta)
Corte dois tomates bem maduros ao meio no sentido do comprimento, retire a parte esbranquiçada do cabo.
Unte generosamente uma frigideira anti-aderente com azeite de oliva e coloque as bandas de tomates viradas para baixo, formando quatro pétalas de uma flor, junte três dentes de alho picados grosseiramente (em pedaços grandes), tampe a frigideira e leve ao fogo baixo... Deixe o tomate cozinhar até dar uma queimadinha por baixo, quebre então dois ovos sobre o tomate, polvilhe com sal e pimenta do reino a gosto e tampe novamente a frigideira até que os ovos estejam no ponto de seu gosto – nós adoramos com a gema bem mole...
Coma com pão francês. Não se esqueça de “limpar” o fundo da frigideira com o pão, colhendo assim todo o sabor!
Se for de seu gosto junte fatias de pimentas dedo de moça ou ervas frescas!

Capelini ao limone falso
Retire da geladeira, para chegar à temperatura ambiente, um bocado de manteiga (de preferência, use sempre para cozinhar manteiga sem sal, para não interferir no sal que você vai usar na comida).
Coloque água para ferver com sal - cozinhe o capelini ao dente – cuidado, pois é muito rápido.
Despeje um boa quantidade da água quente que usou para cozinhar o macarrão sobre o recipiente que vai servi-lo para que fique aquecido. Jogue fora a água e coloque no prato pedaços da manteiga, jogue o macarrão já escorrido e quente sobre a manteiga, junte gotas de suco e raspas de limão (de preferência siciliano, mas na falta, pode ser do Taiti mesmo), misture tudo delicadamente juntando sal e pimenta do reino moída na hora a gosto.
Pra ficar metidinho sirva com uma colherada generosa de caviar (daquele falso mesmo, tipo ovas de salmão, encontradas em supermercado por um preço acessível).

Saladas simpáticas e rápidas
1- Verdes variados, queijo gorgonzola, nozes picadas, figos ou peras em fatias ou ainda uva passa ou damasco seco – molho de mostarda (mostarda dijon, limão, azeite, sal e pimenta do reino).
2- Recheie folhas de endívia com morangos ou ameixas em cubinhos, regue com um molho de creme de leite, gorgonzola, azeite e sal.
3- Tomates cereja partidos ao meio, fatias de pepino japonês, cebola em gomos, azeitonas pretas, rúcula e alface, queijo feta ou chancliche branco (sem zatar por fora) – tempere com limão, azeite, sal e pimenta do reino.
4- Rúcula, gomos de laranja sem pele e sem sementes, lascas de parmesão – molho de balsâmico com azeite – era nossa salada predileta no Tambor – só não nos lembramos se era mesmo temperada com balsâmico, mas fazemos sempre assim.
5- Beterraba crua ralada, cebola em cubinhos pequenos, salsinha e cebolinha – tempere com balsâmico, azeite, sal e pimenta do reino.
6- Cubos de pepino japonês, alho picadinho sem o germe, hortelã fresco em fatias, iogurte natural, limão, azeite, sal, pimenta do reino.

Torradas especiais
Sobrou pão velho? Tem uma maça ou uma pêra marcando na fruteira?
Corte o pão no sentido do comprimento, passe manteiga (sem sal), disponha sobre a manteiga umas fatias finas de maça ou de pêra, polvilhe com açúcar e canela. Leve ao forno até dourar... Fica uma maravilha com chá preto!
Se não tiver maça ou pêra fica maravilhoso só com manteiga, açúcar e canela.

Sopa de ervilhas
Em um dia de disposição cozinhe em panela de pressão um pacote de ervilhas secas partidas ao meio. Quando estiver cozida passe pela peneira ou bata no liquidificador, até ficar um creme. Congele em porções.
Dias de preguiça:
1. Descongele a porção de ervilhas, doure cebola e alho, junte as ervilhas, sal e pimenta!
2. Descongele as ervilhas, sal a gosto, junte uma generosa porção do queijo de sua preferência.
3. Doure cebola, junte bacon, deixe dourar... junte as ervilhas já descongeladas, sal, pimenta e salsinha!
4. Doure cebola, lingüiça calabresa curtida (sempre temos em casa, ficam penduradas pegando gosto), tomate em cubinhos, pimenta dedo de moça, creme de ervilhas!

A ervilha pode ser substituída por lentilhas ou grão de bico!

Coloque pra tocar a sua música predileta do Dorival Caymmi, e bom apetite!

Alterações no layout

Por sugestão da amiga blogueira Polyana Resende, resolvemos alterar a "cara do Blog", pois segundo Poly, é cansativo ler em páginas escuras, melhor um fundo claro!

Comida honesta em Brasília

Em nossa estadia de quase dois anos em Brasília tivemos que nos adaptar a uma nova concepção de comida honesta... não há tanta oferta como Sampa, existe muita comida desonesta, mas os honestos são honestos mesmo!

Careca
Um chinês muito legal, super honesto, muito popular, é possível comer por R$ 5,00, a comida é gostosa, porção super generosa... era uma das minhas opções de almoço ao menos uma vez por semana!

Cantuccio de Giuseppe
Um italianinho super bacana que fica no Sudoeste, molho super equilibrado, sem acidez, porções generosas, opções de combinação de carne com massa, preço justo - é um pouco mais caro que um PF, mas o restaurante é mais sofisticadinho mesmo, bom para ir no almoço e também a noite - sempre alimentava nossa alma dar uma passadinha por lá, comer a comidinha do Giuseppe, dar um dedo de prosa com ele e tomar uma taça de vinho... era nosso refúgio!

Onde: SCLSW 302 Bloco C Loja 18 (Setor Sudoeste), 34 lugares, tel.: 3343.2099

Quituart
Fica no meio do Lago Norte, no canteiro central, funciona da seguinte maneira: um grupo de moradores resolveu fazer um grande galpão com boxes, onde cada família serve sua especialidade... uma verdadeira festa gastronomica, tem de tudo e tudo é muito bom, muito caseiro, delicioso... destaques:
1- Árabe: melhor tabule que já comi, e olha que somos entendidos da iguaria!
2- Ararajuba- serve uma leitoa a pururuca perfeita, derretendo, saborosa... e também um pato ao molho de laranja... delicioso!
3- Japonês - muito bom, peixes frescos, comida feita com cuidado!
4- Paella - muito boa!

O legal é que vc pode se sentar em um restaurante e pedir um pouco da comida em cada um, depois eles te apresentam uma única conta. Maravilha passar a tarde lá, comendo e bebendo um dos melhores chopps de Brasília, da Toca do Chopp que fica lá!

Acarajé da Rosa
É quase uma franquia, tem na Asa Sul, Asa Norte e no Pier.
Nosso predileto é o da Asa Norte. A comida é boa e barata, a porção de mini acarajés é deliciosa, a casquinha de caranguejo imbatível, as moquecas muito boas... o problema fica por conta do serviço, se estiver cheio é melhor não ir, pois conseguir comida se transforma em tarefa herculea... experimente o doce de tamarindo de sobremesa!

29.3.06

Bromeliando

Bromélia Maria é uma grande amiga, inventiva que só ela, vive ensimesmada matutando coisas... Ciscos, cuspes de pássaros, Adamastores... Ela mora em uma casa de minhoca com sua gata Brô, bichana mal humorada que só ela, cheia de teimosias, coisa bem gatal!

Vira e mexe trocamos receitas com Bromélia, a danada cozinha loucamente bem e bem loucamente, faz comidinhas pra alma, cheias de sutilezas, de poesia... comidinhas alegres, divertidas!

Quem quiser saber mais sobre a cozinha de Bromélia acesse: http://www.ocaixote.com.br/ e aproveite para escafrunchar outras delicadezas! Segue uma de suas receitas:

Shitakada da Bromélia

Quando ainda infante, presenteou-me minha Vó Nora com o livro A Cidades dos Anõezinhos.Todo belo e formoso em ilustrações, prendia minha atenção pelos pequenos objetos – bule, chaleira, botinha – que se mostravam enormes locais de habitação e lazer dos pequenos seres. Nem sei dizer se lá havia algum desenho de cogumelo. Mas quando vejo um, logo me remeto ao passado, folheando, com olhos infantis, o livrinho. Então penso que, sem saber de sua própria existência no mundo, desde pequena sentia atração por cogumelos, essas coisa fofa, um maior barato!...que me foi dado a conhecer pelo livro recebido com dedicação e tudo o mais, sem a certeza de que nele havia um.

Mas se a minha cachola é povoada por cogumelos de estética ímpar, a realidade é bem diversa. Separados em comestíveis e não-comestíveis, afunila-se ainda mais a percepção que sobre eles temos. Os primeiros, "comíveis", surgem com peso relevante, mas transfigurados. Sim! A estética cogumelal que encontramos em pratos elaborados perdem, normalmente, sua essência original, primária, grudada em pés de frondosas árvores, espalhados em florestas, habitadas ou não por fadinhas e fadinhos, para virarem fatias, lâminas, metades, cubinhos, picadinhos... uma pena! E, quando presos em vidros, em conservas, até certa repulsa podem causar. Mais recentemente, os "comíveis" surgem com peso relevante nos grandes centros urbanos, em prateleiras de supermercados, em bandejinhas de isopor, e entre eles se destacam os shimejis e os shitakes.

Do shimeji não culinariei, visto já ter sobre ele receitado em edições passadas do Caixote. É para o shitake – de cultivo milenar no Japão, e, no Brasil, mais recente – que dedicarei a receita.

Pegar uma bandeja de shitake, admirando a perfeição da mãe natureza. Como filha/o não pródiga/o, tire a parte mais tronchuda (o cabo do guarda-chuva), e corte os chapeuzinhos em fatias, colocando-as num escorredor. Jogue umas gotas de limão.
Em seguida, ferva água e escalde os cogumelos.

Após, derreta manteiga numa frigideira e ponha as fatias para refogar. Jogue um tanto de molho de soja, um tantinho de sal, umas três raladas de noz-moscada, um tanto de vinho branco. Se sua percepção e possibilidades disserem para você jogar mais alguma coisa, não vacile.

Depois de refogado você pode servir com rúcula, nozes picadas e fatias de pêra (ou figo fresco). Se tais ingredientes não forem de seu uso comum, coloque o shitake sobre fatias de pão de fôrma – pão preto, de centeio, meio grão, grão inteiro, e cubra com queijo em fatias bem finas. Leve ao forno e sirva.

Ai que saudades que tenho, da aurora da minha vida... E se você tiver oportunidade, não deixe de ler A Cidade dos Anõezinhos!

Postscriptum: Conheci um professora que resolveu cultivar shitake. Os maiores, feito bolachas, ela preparava como hambúrguer. Passava na manteiga e botava no meio do pão.

Receitinhas honestas 2







Creme de manga com pecã

Esta receitinha é muito fácil de fazer (especialmente se você sempre tem em casa um bom licor e nozes), te possibilita fugir do manjado creme de papaya (embora seja uma variação dele) e salva a lavoura naqueles casos de comensais de ultima hora, é pá-pum!

Ingredientes (para uma porção generosa)

1 manga haden, Tommy ou Palmer.
1 xícara de café de nozes pecãs picadas grosseiramente.
2 colheres de bailey´s ou nocello ou frangélico (na minha opinião, o melhor é o nocello).
2 bolas de sorvete de creme.
½ pecã para enfeitar.

“Modus operandi”

Corte metade da manga em cubos pequenos.
Da outra metade da manga reserve duas fatias finas cortadas no sentido longitudinal para enfeitar.
Bata o restante da polpa da manga no liquidificador com o sorvete de creme.
Em uma taça coloque no fundo a manga em cubos, as nozes e uma colher de licor - misture.
Cubra com o creme de manga.
Enfeite com as fatias de manga, a noz e regue com o restante do licor.
Sirva imediatamente.

Variações sobre o mesmo tema

Nozes pecãs são difíceis de encontrar, podem ser substituídas por nozes comuns ou um mix de castanhas (nozes, amêndoas e avelãs) ou por um crocante pronto.

28.3.06

Barraca de garrafadas - Mercado Ver o Peso
Fonte: www.amazonia.com.br
Mercado em Pucón


Marcelo no Mercado Municipal de Santiago.

Sobre mercadões


É verdade que andam elitizados, em muitos lugares perdendo sua autenticidade, seu cheiro peculiar... Mas enfim, para apreciadores de uma boa comida, nada mais estimulante que uma visita ao Mercadão. Temos verdadeira adoração por eles, encabeçam nossa lista de pontos turísticos quando viajamos... Vamos a alguns deles:

1- Ver o Peso – Belém do Pará
Começamos por este que nunca fomos pessoalmente, mas em desejo estamos sempre lá! Um ícone da categoria Mercadão, tem de tudo, basta imaginar que tem... ruas inteiras de pimenta, de garrafadas, de mandingas e patuás (pega marido, afasta quebranto, xô uruca)... além dos peixes, as frutas perfumadas do norte, gosto de banho de rio... Que vontade de comer tacacá!

2- Feiras no Distrito Federal
Em Brasília os Mercadões têm outro nome, se chamam Feiras Permanentes, funcionam de quinta a domingo e estão presentes em quase todas as cidades satélites.
Éramos assíduos da Feira do Guará, uma das mais famosas, todo sábado batíamos cartão. Começávamos pelo café da manhã inusitado: água de coco, melancia, milho assado ou pamonha... Depois, as compras: 10 cocos descascados (fica só uma bolinha, ideal para guardar na geladeira sem ocupar muito espaço), massa de tapioca, cajamangas, pequis, seriguelas, umbus, pinhas... frango caipira, galinha caipira (com os ovinhos tirados de dentro dela), peixes... E as farinhas de toda parte, finas, grosas, com grumo, azedas, doces... Queijos, muitos queijos, requeijão caipira, marronzinho... Massa pra fazer pamonha, milho raladinho, palhas separadas... Saudades das manhãs no Guará!

3- Mercadão de Santiago
Cercado por vitrais coloridos é lindo, lindo... O restaurante Donde Augusto domina o ambiente com sua comida sensacional, frutos do mar chilenos, os melhores, vieiras que parecem medalhões, machas gratinadas... muito limão siciliano e pimenta aji para acompanhar.
Falando em pimentas, são um capítulo à parte, lindas, frescas ou secas, o povo chileno é quase baiano quando se trata de pimenta, comem tudo com pimentas...
Você encontra ainda no mercado ameixas secas enormes, carnudas... Azeitonas saborosas, com pouco sal... E as frutas, exuberantes, doces, caudalosas, generosas!
Ainda no Chile visitamos também (inúmeras vezes) o Mercado de Pucón, cidade que fica ao sul, na beira do vulcão. Todas as manhãs antes de nossos passeios passávamos por uma delicatessen chamada Huerto Azul e pelo mercado para preparar uma pequena matula de frutas, conservas, queijos, pães, embutidos...
O Mercado de Pucón é uma graça, com caminhões descarregando frutas e verduras fresquíssimas o tempo todo e tem a peculiaridade de ser ao ar livre.
Por fim, no Chile vale atentar para a quantidade de pequenas bancas espalhadas pelas ruas. Em geral são frutas e verduras que os produtores trazem para vender na cidade e montam suas banquinhas muito simpáticas com um bocadinho de cada coisa.

4- Mercado da Cantareira – Sampa
Paixão paulistana, visita obrigatória por locais e turistas, faz parte da alma da cidade. Este senhor de quase 73 anos, estilo neoclássico, obra de Ramos de Azevedo, continua lindo, exalando perfumes e deixando visitantes com água na boca.
A ultima restauração aconteceu em 2004, por ocasião das comemorações dos 450 anos da cidade, foi construído um grande mezzanino para abrigar diversos restaurantes, ficou chique, in... Os donos das bancas reclamam que este processo de elitização fez com que as vendas caíssem... Que o público atual freqüenta apenas os restaurantes.
Nas bancas destaque para as frutas, frescas, saborosas, raras (encontrei cacau, cajamanga, sapoti), para as lingüiças (calabresa curada e fresca, lingüiça Blumenau), azeites bons e baratos, o melhor bacalhau, frutas secas e temperos, muitos temperos, barracas inteiras de temperos...
Entre os restaurantes destaque para o melhor pastel de Sampa, do Hocca, e o sanduba de mortadela do Mané Lanches, que também serve um sanduba de pernil imperdível. Ambos ficam no térreo – pro pastel tem sempre uma fila grande, especialmente nos fins de semana.
No mezzanino, a coisa fica mais fresca e não tão boa, fomos almoçar por lá esta semana, tentamos primeiro o Brasileirinho - junção dos bares Canto Madalena com o Rei das batidas, vulgo C... do Padre (devido à sua localização, atrás da igreja de Pinheiros) - fomos destratados: primeiro avisaram que não podíamos ficar parados no corredor entre os restaurantes enquanto aguardávamos a mesa, depois fomos pedir uma batida no balcão, perguntaram pela senha de espera, informamos que o garçon que registrou nossa espera não tinha dado senha alguma. Quando liberou uma mesa disseram que não podíamos sentar em cinco em uma mesa para quatro embora houvesse espaço de sobra para isto (era dia de semana e o mezzanino estava vazio), diante de tantos nãos - nós que não saímos de casa para isso - resolvemos mudar de restaurante, fomos ao bom e velho Raful, representante histórico da comida libanesa em Sampa. Não é tão bom como o Raful original que fica em uma rua paralela a 25 de Março, mas mesmo assim vale a visita.
Merece destaque, o garçon Edvan, que para compensar a descortesia anterior, foi um doce de criatura, gentil, simpático, divertido! Grande EDNAN!

Há muito mais a ser dito sobre mercadões... deixamos para uma próxima postagem!

Dicas Honestíssimas

Dicas preciosas do amigo Pedro Marques:

De 03 a 05 de abril, no Transamérica Expo Center, acontece o Restaubar, maior exposição de produtos, equipamentos e serviços voltados para bares e restaurante. É fechado pra profissionais de mercado, mas sempre existe uma possibilidade de poder assistir. Para saber mais: www.restaubar.com.br/.

Vale a pena também visitar com uma certa freqüência os sites da Abaga (Associação Brasileira de Alta Gastonomia - www.abaga.com.br). E da SBGAN (Sociedade Brasileira de Gastronomia e Nutrição).

23.3.06


Caponata R�stica Posted by Picasa

Receitinha Honesta

Inventei e executei e me lambuzei com esta receitinha de caponata há duas semanas:

Caponata Rústica

Mini beringelas partidas ao meio no sentido do comprimento, tomates débora bem maduros cortados ao meio no sentido do comprimento, mini cebolas descascadas e inteiras, dentes de alho descascados e inteiros, figos iranianos partidos ao meio, pimentas dedo de moça inteiras abertas no sentido do comprimento, sem semente, tomilho fresco, manjericão fresco, 1 pedaço de canela em pau, 3 cravos, 2 cardamomos, pimenta do reino em grão, pimenta jamaica em grão, sal... reagar com azeite e aceto balsâmico... levar ao forno coberto com papel alumínio até a beringela estar bem cozida, retirar o alumínio, deixar reduzir um pouco o caldo... servir fria!

Aquarela Posted by Picasa